O Pix e as pequenas empresas

Gestão Por Conexão Dentista - 09/12/22

O Pix, novo método de pagamento instantâneo, já começou a funcionar oficialmente. Qualquer pessoa física ou jurídica que tenha uma conta corrente, conta-poupança ou conta de pagamento pré-paga pode aderir ao sistema desenvolvido pelo Banco Central. Quase 700 instituições financeiras, entre bancos, fintechs, cooperativas de crédito e fornecedoras de meios de pagamento, pediram autorização ao BC para operar a novidade.

Se para os consumidores um dos maiores benefícios está na praticidade de usar o smartphone para realizar um pagamento ou transferência em qualquer dia e horário e sem o ônus de nenhuma tarifa, para lojas e empresas de serviço o recebimento pelo Pix vai significar dinheiro em caixa no mesmo momento da venda.

Quando se faz um pagamento com cartão de débito, os recursos saem da conta do pagador praticamente na hora, porém só aparecem para o recebedor dois dias depois, em média, segundo o Banco Central. Quem realiza a venda ainda precisa arcar com a taxa da maquininha.

Já o boleto bancário, mesmo sendo uma transação à vista, tem custo de emissão e mais um aspecto desfavorável: a demora de cerca de seis dias entre a sua geração, o pagamento e a compensação na conta da empresa.

A disponibilidade imediata de capital proporcionada pelo Pix melhora a gestão financeira dos negócios, segundo Cristina Araújo, analista da unidade de capitalização e serviços financeiros do Sebrae.

Quanto antes uma empresa tem acesso ao dinheiro, menor a necessidade de empréstimos para cobrir despesas previstas, como contas e folha de funcionários. “Por isso acreditamos que o uso do Pix deve diminuir a busca por antecipação de recebíveis e de crédito para capital de giro”, diz a analista.

Com mais recursos em mãos, o dono de um pequeno negócio pode aproveitar oportunidades que surgem na hora de repor o estoque, afirma a advogada Luana Menegat, presidente do Razonet, escritório de contabilidade online. “Às vezes o fornecedor aceita parcelar o total, mas dá um desconto razoável se o comprador pagar à vista.”

Assim como as pessoas físicas, os microempreendedores individuais (MEIs) terão gratuidade quando fizerem ou receberem um Pix —desde que, nesse segundo caso, seja uma transferência de recursos. No entanto, se o recebimento for por uma venda de produto ou serviço, haverá uma tarifa.

As transações financeiras de pessoas jurídicas serão tarifadas de acordo com o que cada operadora do Pix decidir. O Nubank, por exemplo, já anunciou que não cobrará nada das empresas que aderirem ao pagamento instantâneo.

“O empresário deve aproveitar esse momento para pesquisar qual instituição financeira oferece as melhores condições para o seu perfil”, recomenda a analista do Sebrae.

Pelo novo sistema, as empresas poderão receber pagamentos e transferências de dois modos: gerando um QR Code que conterá o valor da transação e todos os dados da conta de destino ou informando ao cliente uma das chaves Pix cadastradas.

A chave Pix, que pode ser o CPF/CNPJ, e-mail ou número do celular, funcionará como um apelido para uma conta. Também pode ser criada uma chave aleatória, porém será necessária uma a cada transação.

Empresas podem cadastrar até 20 chaves para cada conta que tenham, em uma só instituição ou várias. Mas não é possível ter uma mesma chave para diferentes contas.

Quando um cliente for fazer um pagamento, ele entrará no aplicativo da instituição onde se cadastrou para usar o Pix e, ao digitar a chave informada pela loja ou prestadora de serviço, não precisará acrescentar nenhum outro dado: o sistema imediatamente identificará a conta de destino e transferirá o dinheiro.

“O Pix é um método de pagamento moderno e prático, que traz automação e facilita a gestão financeira no dia a dia”, afirma Araújo, que destaca, ainda, a segurança do sistema. “Ele está sujeito a três camadas de segurança, entre elas uma rede exclusiva de tráfego de dados que nunca sofreu nenhum ataque.”

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