O que fazer quando o dinheiro acaba antes do previsto
Sabe-se que quando o dinheiro está sobrando, as coisas ficam mais fáceis. O empreendedor ri à toa, aumenta estrategicamente seus estoques, ganha descontos pagando à vista ou aplica o dinheiro em fundos de investimento, Certificados de Depósito Bancário (CDB) ou na poupança no banco de sua preferência. É uma decisão prática: quando precisar, é só resgatá-lo.
Mas, e quando falta? Aqui algumas alternativas:
As mais onerosas
- Pedir empréstimo no banco preferido. Nessa hora, ele verá que nem tudo são flores no relacionamento com seu banco. Os juros são altos, a exigência de garantias está aumentando, os prazos estão mais reduzidos e os gerentes de bancos têm que cumprir suas metas.
Se ele usar o cheque especial como extensão de sua conta corrente, estará trabalhando somente para pagar os juros. Usar o cartão de crédito e parcelar a fatura é uma forma de suicídio empresarial programado, pois os juros cobrados no parcelamento são os mais altos do sistema financeiro.
- Vender/antecipar os recebíveis (cheques pré-datados, principalmente) via empresas de fomento mercantil (as populares "factoring"). O fator de deságio aplicado pelas factoring na compra não costuma ser baixo, mas é sempre uma opção.
As mais racionais
- Negociar um prazo maior junto ao seu fornecedor ou credor, sem encargos onerosos (juros e multas) e sem comprometer sua imagem junto a ele. Ninguém gosta de ser surpreendido quando um pagamento esperado não é realizado. Mas quando é avisado e renegociado o prazo de pagamento, o credor geralmente é tolerante, pois anula o fator surpresa.
- Pedir aos clientes devedores que antecipem seus pagamentos: perguntar-lhes se você pode depositar antecipadamente alguns cheques pré-datados que recebeu. Não cair no erro de descontá-los (tanto via depósitos quanto descontos ou negociações com factoring ou agiotas) sem avisar o emitente. Pode ser o fim do relacionamento com o cliente ou freguês. Aliás, caso o cheque pré-datado seja descontado antecipadamente pode dar motivo, inclusive, a pedido de indenização via judicial.
- Negociar os recebíveis: se forem de cartão de crédito é muito mais fácil. É uma operação automatizada, principalmente se feita no próprio banco ao qual seus recebimentos estão vinculados (domicílio bancário). As taxas de desconto são favoráveis, uma vez que o risco da operação, para os bancos, tende a zero.
Vê-se que, de qualquer maneira, quando fica sem dinheiro (capital de giro) tudo é mais difícil. Mas, como não ficar sem dinheiro? É aí que entra a gestão financeira, via planejamento de investimentos, receitas, despesas e fluxo de caixa.