Os erros comuns de empreendedores iniciantes

Gestão Por Conexão Dentista - 12/12/22

As falhas cometidas por empresários inexperientes se repetem e podem provocar danos ainda maiores quando eles estão pressionados pela urgência de obter uma fonte de renda. A seguir, conheça alguns erros mais comuns e como evitá-los.

 

- Não ter um planejamento

O primeiro passo de todo empreendedor deve ser criar um plano de negócio, que precisa incluir: análise do mercado, conhecimento da concorrência, planejamento financeiro, simulação do desempenho da empresa em diferentes cenários (otimista, negativo e realista) e uma estratégia de marketing. Tudo isso serve para descobrir o quão válida é uma ideia.

 

- Querer começar grande

Projetar um negócio para que ele seja escalável é diferente de já abrir com uma grande estrutura. Só após testar e validar o produto e a receptividade do consumidor é que se deve pensar em assumir o risco de alugar um ponto, equipar o local, contratar funcionários e investir em estoque.

Victor Macul, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, recomenda que o empresário comece como MEI (microeempreededor individual) e só deixe a opção quando chegar perto de ultrapassar o limite anual de faturamento permitido (R$ 81 mil).

 

- Investir todas as economias

Ter uma reserva financeira é fundamental. “A gente recomenda investir apenas 30% do capital pessoal, chegando a no máximo 50%”, diz Ivan Hussni, diretor técnico do Sebrae.

Caso a pessoa veja que precisará de mais que isso, deve enxugar seu modelo de negócio. “Se não houver jeito, é preferível pegar um empréstimo, procurando as taxas mais baixas, do que ficar sem reserva.”

Macul aconselha que o empresário estabeleça qual é a sua perda aceitável —quanto de dinheiro e tempo ele está disposto a perder caso o negócio não vingue. Segundo Hussni, o tempo de retorno do investimento varia de 6 a 18 meses, dependendo do setor.

 

- Não olhar para o contexto

Há a expectativa de que boa parte das mudanças de comportamento impostas pela pandemia seja incorporada à rotina dos consumidores. É fundamental entender as novas necessidades e desenvolver soluções para elas.

Entre os segmentos mais promissores Hussni destaca: reconfiguração de espaços de trabalho e de moradia, serviços de saúde, produtos e serviços de tecnologia, alimentação em casa, logística para entrega e manutenção.

 

- Desconhecer a atividade

“Quem nunca trabalhou em uma determinada área tem uma dificuldade maior para entender aquele mercado”, afirma Piero Contezini, 37, diretor-executivo da fintech Asaas, que é o seu sexto negócio.

Além de conhecer do assunto e enxergar uma oportunidade, o empreendedor precisa ter paixão pelo que faz. “Nem mesmo quem está lutando pela sobrevivência pode abrir mão da paixão, porque estará fadado a não dar certo”, diz o consultor do Sebrae.

 

- Misturar as contas

O dinheiro pessoal do empresário é um e o da operação é outro. Quando isso não está claro, ninguém consegue saber se um negócio é rentável.

Deve-se estabelecer um pró-labore, isto é, um pagamento para os sócios que exercem função na empresa. No começo, nem sempre as retiradas são possíveis. Mesmo assim, é importante considerar o pró-labore para saber quanto é preciso faturar para remunerar devidamente os donos.

 

- Não agir como empreendedor

“Tem gente que empreende, mas fica esperando as coisas acontecerem sozinhas”, afirma Hussni, do Sebrae.

São várias as características associadas ao perfil empreendedor: ter iniciativa, ser criativo, encarar desafios, saber se relacionar, ser organizado, saber se planejar, ter foco no cliente, cultivar uma rede de contatos, guiar-se pelos resultados e estabelecer metas.

 

- Não ter um diferencial

Se já existirem outras dez boleiras atuando no bairro, só vale a pena entrar nesse ramo se o empreendedor oferecer algo a mais que agrade o cliente, recomenda Hussni.

É fundamental estar ciente de que qualidade não é diferencial, mas o mínimo que se precisa garantir.

 

- Escolher mal os sócios

“É essencial conhecer bem o candidato a sócio, os seus valores. Se a relação não der certo, será mais difícil tirá-lo da companhia do que se divorciar”, afirma Contezini. Ele sugere que os empreendedores, antes de formarem uma sociedade, trabalhem em parceria, mas cada um com o seu CNPJ.

Após um ou dois anos de experiência bem-sucedida haverá confiança suficiente para selar a união dos negócios.

 

- Desprezar os recursos digitais

A pandemia tornou impossível vender a maioria dos produtos e serviços sem a intermediação das mídias sociais e das ferramentas online.

Num primeiro momento, criar um perfil eficiente no Instagram trará mais resultados do que contratar alguém para montar o site da empresa, segundo o professor do Insper.

Já pelo WhatsApp pode-se manter contato direto com o cliente e mandar mensagens de vez em quando, apresentando novidades ou perguntando se ele precisa de algo.

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