SIMPLO 2022 propõe um novo olhar para o presente
A 17ª Edição do SIMPLO ocorreu nos dias 30 de junho e 1º de julho no Centro de Convenções da Fecomércio, em São Paulo. O evento reuniu os principais players do Segmento Odontológico para discutir o tema “Passado, Presente e Futuro: os desafios e as perspectivas dos Planos Odontológicos para a próxima década”.
Na ocasião, palestrantes de renome nacional e internacional participaram de painéis temáticos que visavam adicionar novas perspectivas ao cenário do mercado e cada seção foi mediada por executivos das empresas associadas ao Sinog.
Confira os principais destaques:
Panorama Político-Econômico do Brasil e Perspectivas em Ano Eleitoral
O jornalista, comentarista político da Globo News e presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira, discutiu o panorama geral da política brasileira e alertou sobre o problema da polarização das candidaturas eleitorais de 2022. Na visão do especialista, o país vive uma fase de desorganização da política e de imprevisibilidade no que diz respeito ao seu futuro econômico.
A Transformação Digital Veio para Ficar
Kim Silvestre, Head of Project Portfolio Management – ACE Cortex, comentou sobre os principais desafios dos líderes de novos negócios corporativos, destacando que todas as respostas para a inovação estão dentro das próprias companhias. Criar mecanismos para uma rápida identificação de sucessos e fracassos em projetos é visto por Kim como uma forma de facilitar a manutenção da cadeia de valores e soluções dentro dos negócios. Para isso, nas palavras do especialista, “Não devemos focar no cliente, mas sim ter o foco do cliente. Afinal, como eu escuto o meu cliente é como eu me transformo”, explica.
ESG na Odontologia
Priscila Claro, Líder de Núcleo de Sustentabilidade e Negócios e Professora Associada do Insper, destacou o papel das empresas diante de fatores como emergência climática e desigualdade social crescente, bem como a necessidade de gerar valor compartilhado no setor empresarial. Na visão da professora, os problemas ambientais possuem implicações na saúde das pessoas e, portanto, “Não é possível desconectar saúde e sustentabilidade. E nesse cenário, as organizações possuem o poder de fazer diagnósticos e balancear efeitos de curto e longo prazo”.
ANS e Mercado
No painel focado em assuntos regulatórios, Roberto Cury, Presidente da SINOG, Paulo Rebello, Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, e Lenise Barcellos de Mello Secchin, Coordenadora do GT de Odontologia da ANS, discutiram juntos sobre os principais avanços na regulação de Planos Odontológicos no Brasil.
Os impactados identificados por meio de análise técnica demonstram que o Segmento de Odontologia Suplementar se difere do plano médico, na medida em que oferece riscos e problemas regulatórios menores.
Dentre as saídas apontadas pelo Presidente da SINOG para o crescimento do segmento, destacam-se os incentivos pela adesão ao tratamento bucal contínuo, adoção de meios modernos e menos custosos para comunicação do cancelamento de Planos Odontológicos e a adaptação de modelos de negócios que sustentem a manutenção de contratos a longo prazo. Outra questão levantada pelo Presidente foi a necessidade de aperfeiçoamento do regramento regulatório, como no caso da desproporcionalidade das multas para o Segmento Odontológico.
Modelos de Remuneração
A participação do Dr. Robert Janett, médico e professor da Harvard Medical School, e do Dr. César Abicalaffe, Presidente do Instituto Brasileiro de Valor em Saúde, convergiu no sentido de caracterizar modelos de remuneração integrados e focados em perspectivas menos individuais de pacientes. Trata-se de “desenvolver projetos assistenciais confiáveis e que levem em conta os dados e indicadores de saúde da população como um todo”.
Outra questão marcante da fala dos participantes foi sobre a necessidade de estabelecer metodologias para medir a qualidade do trabalho assistencial. Estão inclusos sob esse guarda-chuva aspectos como custeio, experiência do cliente, estrutura para atendimento, efetividade, eficiência, remuneração, incentivo aos profissionais e até mesmo divisão de risco entre prestadores e pacientes. Ou seja, dentro da perspectiva dos especialistas, o pagamento não pode estar baseado em valores, mas deve considerar a complexidade de tudo que está implicado na prestação do serviço.
Relacionamentos: nós mudamos ou ele mudaram?
Falar em remuneração exige falar em relacionamento com clientes e públicos-alvo. Romeo Busarello, professor do Insper e da ESPM, e Beatriz Barrichello, Diretora Global de Benefício do Nubank, discorreram sobre os processos de decisão orientados por dados dentro das corporações, a importância do ‘dataísmo’ para a movimentação de estratégias, autonomia na gestão do tempo, bem como a simplificação de procedimentos administrativos.
O que o futuro nos reserva?
Luis Rasquilha, CEO da Inova TrendsInnovation Ecosystem, finaliza os painéis temáticos afirmando que os modelos futuros de gestão estarão fortemente atrelados às abordagens e pensamentos mais flexíveis. Isso implicaria em uma fusão entre os modelos clássico e futuro de gestão. Diante deste cenário, a palavra-chave, segundo Luis, é a adaptabilidade.