Fluxo de caixa: você sabe como utilizá-lo?
O fluxo de caixa é um instrumento básico, e importante, de planejamento financeiro. Em resumo, a ferramenta informa o saldo de capital de giro, de dinheiro para despesas inesperadas ou investimentos da empresa. Ou seja, quanto o consultório pode “gastar”.
Parece uma informação banal, mas muitos cirurgiões-dentistas não conhecem esse número indispensável para evitar o endividamento que leva ao pagamento de altos juros bancários e até à falência.
No documento estão registradas as receitas (pagamentos à vista e parcelados, além de saldos de aplicações) e as despesas (compras à vista, pagamento de fornecedores e salários, despesas fixas e pontuais). A subtração entre as colunas vai revelar o saldo.
Mais do que uma visão do momento, porém, o fluxo de caixa serve para oferecer previsões de médio prazo e subsidiar decisões empresariais. Reduzir despesas, fazer investimentos, levantar empréstimos, negociar dívidas e outras questões financeiras devem estar amparadas no que sugere o fluxo de caixa.
Portanto, implantar e manter um fluxo de caixa atualizado é essencial para o dia a dia e planejamento do consultório. Veja algumas orientações do SEBRAE sobre como proceder:
1 - O fluxo de caixa é composto pelo valor dos recebimentos e pagamentos e respectivo saldo de caixa. Deve ser elaborado levando em consideração o realizado (fechamento de caixa) e também o previsto (projeção de caixa). A estrutura para fluxo de caixa depende da natureza da empresa e também das necessidades dos gestores. Inicie lançando no "contas a pagar" os compromissos já assumidos.
2. Estime sempre despesas ainda não lançadas no "contas a pagar", tais como impostos, contas de água, luz, folha de pagamento etc.
3. Em seguida, lance os valores a receber, que devem constar devidamente no "contas a receber".
4. Faça também uma estimativa das vendas à vista, utilizando como base a média das vendas à vista realizadas normalmente. Estas estimativas serão muito facilitadas se for mantido um controle diário de receitas e despesas:
- Saldo inicial (+) Recebimentos (vendas à vista, vendas a prazo - cheque, cartões etc. -, rendimentos de aplicações, empréstimos contraídos, outros recebimentos).
5 - Utilize sempre o fluxo de caixa, especialmente para planejar compras de materiais. Em outras palavras, no momento em que for comprar, procure planejar a data de recebimentos com alguns dias de antecedência ao de pagamentos:
- Saldo inicial (-) Pagamentos (fornecedores, despesas bancárias e financeiras, salários e encargos de funcionários, comunicação - telefonia, internet, correios etc. -, manutenções - equipamentos, veículos, prédios etc. -, retirada pró-labore - salários dos sócios que trabalham na empresa -, serviços de terceiros - contador, advocacia etc. -, impostos e contribuições, materiais - escritório, copa, limpeza etc. -, investimentos realizados, amortização de empréstimos e dividas).
O saldo final do fechamento de caixa deve corresponder ao valor dos recursos disponíveis no caixa da empresa ou depositados em contas corrente (banco).
O fluxo de caixa pode ser elaborado manualmente, em uma agenda ou um caderno. Porém, será muito mais fácil, organizado e ágil se for automatizado, por meio de uma planilha eletrônica ou de um programa de gestão.