Investidor percebeu potencial no mercado de Odontologia e se associou ao irmão cirurgião-dentista para criar um negócio de sucesso
Há alguns anos, o consultório do cirurgião-dentista Fernado Luiz Silva foi assaltado no Rio de Janeiro. O crime causou prejuízos tão sérios que a empresa acabou fechada e o então proprietário se viu obrigado a trabalhar como contratado em outras clínicas. Um infortúnio lamentável que, por conta dos caprichos da vida, acabou se tornando o início de uma história de sucesso.
Solidário no momento de crise, o irmão de Fernando, Eduardo Silva, fez a seguinte proposta: Ajudar com o investimento para reabrir um novo consultório em que os dois seriam sócios, com um cuidando da gestão e o outro da assistência. Eduardo é economista com mestrado em engenharia de produção e longos anos no mercado financeiro. Pouco entendia de Odontologia naquele momento, mas sabia identificar um bom negócio. Fernando aceitou.
Em pouco tempo, inauguraram a Rizi Dental, na Barra da Tijuca, uma clínica com quatro cadeiras que rapidamente se transformaram em seis. “Fizemos um projeto diferente, que permite ganho de escala rápido”, explica Eduardo. Logo veio o segundo consultório, no Flamengo, também montado no conceito “one stop shop”, modelo em que os pacientes podem encontrar todas as soluções em um único local.
“O ‘one stop shop’ ainda é uma abordagem nova no mercado e para os clientes, mas estamos certos de que é uma tendência que vai amadurecer e proporcionar as condições ideais para escalar no ritmo que planejamos”, projeta Eduardo.
Independente do modelo, o economista chama a atenção para a importância de imprimir uma gestão profissional ao consultório, embora isso seja uma dificuldade bem comum para os profissionais de Odontologia. “É muito complexo manter a operação organizada e pensar na estratégia do negócio ao mesmo tempo em que está cuidando de atender os pacientes com qualidade. Em geral, os dentistas foram pouco preparados para isso”, comenta.
A partir da sua experiência, ele recomenda que a gestão priorize esta sequência: primeiro as pessoas e, uma vez com a equipe certa, focar em levantamento de processos e então na escala. “Montar um time eficiente e alinhado com a cultura da clínica é um grande desafio atualmente, mas é fundamental para o sucesso de uma operação de alta performance”, ressalta.
Eduardo também destaca a necessidade de um planejamento de marketing bem-feito, com ênfase em ações digitais eficientes. “O Código de Ética Odontológico impõe diversas limitações nesse sentido e é necessário conhecimento para criar campanhas de comunicação que, de fato, transmitam a mensagem correta para o público desejado”, exemplifica.
Neste cenário, ele provoca o cirurgião-dentista para avaliar a possibilidade de buscar um sócio para cuidar exclusivamente da gestão do negócio, enquanto ele se concentra em continuar oferecendo atendimento de qualidade. “Pode ser um daqueles casos em que a divisão faz o resultado aumentar”, finaliza.