Como escolher um ponto perto do público-alvo

Gestão Por Conexão Dentista - 08/12/22

Grande parte do sucesso de um empreendimento comercial se deve à sua localização. Quem escolhe um lugar às pressas corre o risco de pagar mais pelo imóvel e ainda ficar distante do cliente.

Em média, um empresário leva de 70 a 90 dias para encontrar o ponto ideal, afirma Filomena Garcia, sócia do Grupo Cherto, que presta consultoria em franquia, formatação e expansão de negócios. É o tempo necessário para pesquisar e tomar uma decisão pensada. O ideal, diz Garcia, é negociar com pelo menos três lugares para barganhar e não ficar refém de uma só opção. Assim, é possível analisar as ofertas friamente.

Antes de bater o martelo, deve-se saber onde está o público-alvo do negócio. Podem ajudar nessa etapa empresas que fazem mapeamento de consumo utilizando dados de geomarketing.

Especializada em franquias e varejo, a consultoria Goakira usa dados sobre consumo e fluxo de pessoas fornecidos pelo IBGE e por empresas de marketing para definir o perfil de cada região da cidade, apontando renda média, moradores por domicílio e trabalhadores no bairro.

Segundo Fabiana Hamada, sócia da empresa, a ferramenta é utilizada principalmente por franquias, mas não tão explorada por outros empreendedores. Os custos do estudo variam de R$ 4.000 a R$ 12 mil, dependendo da complexidade do levantamento.

Por meio de uma pesquisa de geomarketing, Carlos Pascotto Junior, sócio da Vincere Musculação e Fisioterapia, descobriu que seu público-alvo —pessoas com idade acima de 40 anos— está disposto a percorrer só dez minutos para chegar ao seu espaço.

Essa informação foi fundamental para determinar a localização da segunda unidade da marca, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Eliminou, por exemplo, a possibilidade de abri-la no Campo Belo (zona sul), porque seus clientes teriam que andar por mais tempo para chegar. Na inauguração da unidade, neste mês, recebeu cerca de três vezes mais clientes do que na abertura do primeiro ponto, em Moema (zona sul).

Para o consultor de negócios do Sebrae Bruno Zamith, porém, esses estudos podem ser genéricos e não substituem a observação in loco.  “É conversando que você descobre os detalhes”, diz Zamith. Ele ainda sugere investigar o histórico do ponto com comerciantes da região.

Também é recomendável observar o fluxo de pessoas em todos os horários e dias da semana. “Já vi empreendedor que escolheu o ponto sem saber que na rua tinha feira. Ele praticamente perde quatro dias por mês”, diz Filomena, do Grupo Cherto.

O empreendedor deve ficar atento ao plano diretor urbano do município para verificar possíveis impedimentos à montagem do negócio. E consultar a subprefeitura para checar se há projetos que possa atrapalhar indiretamente a empresa, como a instalação de corredor de ônibus no local.

Uma vez escolhido o lugar ideal, o próximo passo é analisar o preço: o custo do aluguel deve girar entre 10% e 12% do faturamento mensal. De acordo com Vinícius Mendes Lima, criador da agência de fomento social Besouro, ao abrir o negócio, o empresário deve ter dinheiro para mantê-lo por um ano, para que sobreviva até a consolidação da marca.

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