Como lidar com as dívidas e dar a volta por cima
Por Rogério Cardoso, consultor de negócios do Sebrae-SP
Toda empresa precisa gerar lucro, independentemente do porte ou segmento de atuação. O empresário, porém, depara-se com dívidas por questões de conjuntura econômica, imprevistos diversos, problemas de gestão, entre outros. Chamamos de dívida qualquer pagamento que deveria ter sido feito e ainda não foi. Podemos citar como exemplo impostos atrasados, boletos vencidos, fornecedores não pagos, encargos sociais não recolhidos, aluguel ou conta de luz atrasada, entre outros. Não devemos confundir dívida com contas a pagar, que são boletos ou débitos que ainda não venceram, como uma compra a prazo.
Como o início de ano é sempre um momento de renovar as esperanças e elaborar o planejamento do novo ano, seguem cinco dicas para quem tem dívidas:
1. Conhecer o tamanho da dívida
É necessário conhecer em detalhes quais são as dívidas e respectivos valores, tipo de dívida (cheque especial, cartão de crédito, fornecedores, parcelas atrasadas, tributos e impostos vencidos etc.) e a taxa de correção ou crescimento. É importante saber o valor atualizado de toda dívida. Não basta saber apenas que você está no vermelho! É preciso saber os detalhes da situação, por pior que ela possa parecer.
2. Registrar TODAS as entradas e saídas de dinheiro
Toda movimentação financeira da empresa precisa ser registrada. As entradas ou saídas de dinheiro, inclusive as retiradas de pró-labore. É importante classificar as saídas, por meio de um plano de contas ou categoria de despesas, para o empresário descobrir “para onde foi o dinheiro”. As entradas podem ser classificadas pela condição ou meio de pagamento, para o empresário entender “de onde ou como o dinheiro entra?”.
As movimentações financeiras também são divididas em duas modalidades: (I) aquelas que já aconteceram (passado) e permitem o empresário entender o comportamento dos gastos e recebimentos da empresa; e (II) as entradas e saídas previstas (futuro), como contas a receber e a pagar, que vão possibilitar condição para a projeção de saldo futuro do caixa, ou fluxo de caixa.
3. Identificar sua capacidade de pagamento
Qual é o maior valor de parcela que você consegue pagar? Não adianta tentar negociar a dívida e fazer um parcelamento sem antes conhecer sua efetiva capacidade de pagamento. Procurar o gerente do banco ou fornecedor sem essa informação pode levar a uma nova situação de dívida ou ao “aumento da bola de neve”. Para realizar esse passo, o empresário precisa conhecer os gastos da empresa, especialmente os gastos fixos.
4. Tentar negociar a dívida
Mesmo em cenário de estabilidade econômica, os juros de cheque especial ou cartão de crédito ainda são exorbitantes. Portanto, é fundamental substituir esse tipo de dívida por alguma com taxas menores. Junte todas as suas dívidas e troque por apenas uma. Aliado ao passo anterior, do cálculo da capacidade de pagamento, troque suas dívidas por uma com valor de parcela que realmente cabe no seu bolso.
5. Ter confiança e equilíbrio
Administrar uma empresa requer uma série de habilidades do empreendedor, entre as quais se destacam autoconfiança e equilíbrio, para que as decisões não sejam tomadas com base no calor do desespero. Na área de gestão, é preciso buscar qualificação e aprendizado contínuo, pois, quanto maior o preparo do empreendedor, menor o risco de insucesso.
Gestão Financeira é uma das principais tarefas de toda empresa. Ela requer disciplina e rigor no processo, habitualidade, contínuo monitoramento, controle e gestão dos gastos. Em contrapartida, se a gestão financeira for realizada de maneira correta, ela oferece ao empresário informações precisas de suas finanças, possibilidade de redução de custos, segurança nas tomadas de decisão, melhoria dos resultados e sucesso no empreendimento.
Em suma, aprimore seus controles financeiros e tenha sucesso!